Esta semana, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgou o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado). O índice apontou uma alta de 1,02% no último mês e uma grande disparidade perto da prévia de agosto, que estimava um aumento de apenas 0,13%.
O IGP-M é composto por três índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), com peso de 60%; o índice de Preços ao Consumidor (IPC), com participação de 30%, e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com 10%.
Este aumento de 1,02% deve-se principalmente à subida de preços no atacado (minério de ferro, combustíveis, produtos químicos, metalurgia básica, alimentos industrializados, milho, soja, trigo, cacau, suínos e aves). Em setembro, o IPA subiu 1,42%, o IPC teve alta de 0,20% e o INCC, de 0,33% (tubos e conexões PVC, esquadrias de alumínio, materiais elétricos, vergalhões).
Os preços do atacado são os primeiros a sentir os impactos da alta do dólar. Isso pode ser observado pelo IPA agrícola, que teve uma alta de 2,22%, e pelos bens intermediários, que subiram 1,44%. Interessante notar que a inflação não chegou aos bens finais, que apresentaram deflação de 0,16%.
Estes dados apontam que os produtores já sentiram a alta do dólar, que se refletiu, em parte, nos bens intermediários. No entanto, ela ainda não chegou ao bolso do consumidor final. Essa transferência deve ocorrer no próximo mês, ainda que não de forma integral, já que os atacadistas possuem margem de manobra para conter seus preços.
Fonte: Folha de S. Paulo/Caro Dinheiro por Samy Dana