Uma das primeiras lições em economia diz respeito ao custo
de oportunidade.
A partir de um cenário de escassez e limitações, a economia
procura estudar as melhores escolhas possíveis. Porém, quando fazemos uma escolha, temos
um custo.
Exemplo: Um indivíduo escolhe gastar R$1,00 a mais em
viagens, porém, dada a limitação (escassez) de sua renda, terá que deixar de
gastar R$1,00 em alimentação por exemplo.
Esse “deixar de gastar” representa um custo resultante do
gasto adicional em viagens. O efeito (ou custo) de uma escolha é entendido na economia como
custo de oportunidade.
Além dos indivíduos, empresas e governos também se deparam
com custos de oportunidade.
Um exemplo, no caso das empresas, seria desembolsar
R$1,00 adicional em máquinas e equipamentos e R$1,00 a menos em mão de obra,
dada a escassez de recursos.
No caso do governo, as consequências são relativamente
maiores.
R$1,00 adicional gasto com Bolsa Família, por exemplo, representa
R$1,00 a menos em investimentos (dada a escassez de recursos, que no caso do governo, muitas vezes pode ser minimizada pela carga tributária e outros
artifícios fiscais e contábeis).
O mesmo raciocínio pode ser considerado no caso dos
subsídios.
Quando “abre mão” de receber IPI do setor automobilístico, por exemplo, o
setor público deve, teoricamente, incrementar outros tributos ou deixar de
gastar em outras áreas que podem ser prioritárias, já que, mais uma vez, os
recursos são escassos.
O recente subsídio ao setor elétrico, via BNDES e Tesouro Nacional,
se enquadra perfeitamente nesta questão.
O subsídio irá trazer um retorno econômico
e social a ponto justificar seu elevado custo de oportunidade?
Especificamente neste setor, as preocupações advêm,
principalmente, da capacidade de geração e distribuição de energia, ou seja, de
oferta.
Porém, o subsídio atual, num primeiro momento, afeta a
demanda de consumidores e empresas por energia.
Maior demanda, oferta constante
e preço sob controle podem ter como resultado os já conhecidos apagões.
Ao invés de concentrar recursos e incentivar o aumento de
investimentos no setor, o governo recorre ao velho
incentivo à demanda no curto prazo.
Mas a culpa é da economia e suas benditas escolhas e custos
de oportunidade. Afinal, não existe almoço grátis.
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